terça-feira, 19 de outubro de 2010

Inclusão, muito mais do que um ato de amor

"DEDICAÇÃO DA FAMÍLIA, ESTÍMULO NA ESCOLA E RESPEITO AO RITMO DA CRIANÇA, FAZ COM QUE A DEFICIÊNCIA NÃO DETERMINE ATÉ ONDE ELA PODE CHEGAR."

Como todo abraço a inclusão envolve duas pessoas, disposição de corpo, mente e principalmente de alma, causa medo mas ao mesmo tempo prazer, traz conforto e aprendizado, é necessária para continuar crescendo como ser humano, é desejável e importante, exige um olhar para o outro com base em si.
De todas as deficiências (auditivas, visuais, motoras, cognitivas) a que mais me preocupa é a deficiência afetiva, famílias inseguras, despreparadas, educadores sem estrutura, crianças assustadas, infraeetrutura precária, muito choro, muita revolta, muito estranhamento.
A questão da inclusão é difícil entendimento prático e teórico para qualquer educador, mas não precisa ser solitária. Juntos na troca de idéias podemos aprender mais, sentir mais apoio, consolo por nossas dificuldades e alegrias, por nossos sucessos.
Fiquei pensando nas crianças que cruzaram comigo nesta minha vida, para cada uma delas dei e recebi coisas diferentes. Tímidos, agressivos, falantes, inteligentes, arredios, lunáticos, medrosos, saúde sutil, carentes, mimados, agitados, chatos, malvados, maltratados, tristinhos, alegres, com famílias complicadas... Cada um deles mereceu um olhar especial, momentos de dedicação, uma conversa individual, um carinho, uma maior atenção. Faz parte da profissão de psicopedagoga acolher a diferença. Também tenho minhas deficiências, tenho dificuldades que não consigo resolver, tenho incapacidades, falta compreensão em determinados assuntos. Reflito sobre tudo isso e vejo que muitas vezes ainda dói. Ao conviver com portadores percebo que mais do que a consciência racional de uma deficiência seja ela qual for, é preciso sensibilidade e firmeza para encará-la e transpô-la. A verdade é que todos precisamos ser incluídos.
Ai esta o bonito e o difícil: se é pelo outro que percebemos nossas diferenças, é também na empatia do que nos faz iguais que encontramos o conforto e a superação. Somos iguais por sermos humanos e isso não é diferente a nenhum de nós.

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