quinta-feira, 3 de março de 2011

Sugestões de filmes e documentários que abordam diversas deficiências/transtornos

Segue  listagem com vários filmes/documentários que abordam a temática específica de cada deficiência/transtorno.

DEFICIÊNCIA MENTAL

 
Meu Nome é Radio
Nell
O Garoto Selvagem
Simples como amar
Uma lição de amor

DEFICIÊNCIA VISUAL

Amor à primeira vista

Janela da Alma

Liberdade para as Borboletas

Perfume de Mulher
Lágrimas Silêncio
Castelos Gelo
Dançando no Escuro
A cor do Paraíso
      Vermelho como o céu
 

SÍNDROME DE ASPERGER

Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador
Loucos por Amor

DEFICIÊNCIA FÍSICA

Amargo Regresso

As Chaves de Casa

De Porta em Porta (DF por paralisia cerebral)

Feliz Ano Velho

Frida

Mar Adentro

Meu Pé Esquerdo

O Homem Elefante

Óleo de Lorenzo
Eterno Amor
Tudo pela vida

SÍNDROME DE DOWN

Oitavo Dia
Leon e Olvido
Do luto a luta
O guardião de segredos


ALTAS HABILIDADES

Mentes que Brilham
       Uma mente brilhante

AUTISMO

Enigma das Cartas

Meu filho meu mundo

Rain Man
Miracle Run – Uma viagem inesperada
Prisioneiros do Silêncio
Testemunha do Silêncio

DIFICIÊNCIA MÚLTIPLA

Johnny vai à Guerra

Outros
Sempre Amigos
Sonata de Outono
Forrest Gump
King Gimp
Vermelho como o Céu
Nascido em 4 de julho



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Currículo Comum ou Currículo Adaptado?

Dentro do contexto da inclusão, a alteração do currículo é uma questão que vem sendo bastante discutida no ambiente escolar. Segundo Álvaro Marchesi, conceituado autor da série Desenvolvimento Psicológico e Educação, em seu terceiro livro ele fala da prática inclusiva e da diversificação do currículo.

A integração educativa baseia-se na manutenção de um currículo comum para todos os alunos. Os alunos com graves problemas de aprendizagem incorporam-se à escola para ter acesso, junto com seus colegas, a experiências similares de aprendizagem. A ênfase nos aspectos comuns da aprendizagem destaca o “aspecto mais rico e positivo das escolas inclusivas”.

Sabemos que os alunos não são iguais, a atenção às diferenças faz parte também das estratégias educativas que se assentam no respeito à individualidade de cada aluno. No caso dos alunos especiais, exige uma educação adaptada às suas possibilidades. O problema surge quando tais adaptações supõem a modificação do currículo comum. É difícil compatibilizar as duas demandas, visto que a primeira reforça a dimensão da igualdade e a segunda assinala a dimensão da diferença. Diante disto vemos que os caminhos mais óbvios para responder à diferença seguem exatamente por estratégias opostas. E como esses enfoques tão diferentes entre si, podem ser reconciliados de tal maneira que os currículos sejam comuns e ao mesmo tempo múltiplos, as escolas sejam inclusivas e  seletivas, e as aulas proporcionem experiências de aprendizagem que sejam as mesmas para todos mas diferentes para cada um.

Este dilema, não se refere apenas a educação especial, mas esta presente no enfoque mais global do sistema educacional. Por exemplo um currículo centrado fundamentalmente nos conteúdos conceituais e nos aspectos mais acadêmicos, que propõe sistemas de avaliação baseados na superação de um nível formativo igual para todos, lança ao fracasso os alunos com mais dificuldades para avançar nesses âmbitos. Os currículos mais equilibrados, nos quais o desenvolvimento social e pessoal também tem importância e em que a avaliação seja feita em função do progresso de cada aluno, facilitam a integração dos alunos. Vimos o quanto é difícil resolver este problema, tanto para direção quanto para os professores. Seria necessário um equilíbrio entre as demandas que parecem contraditórias, mas como se alcança esse equilíbrio?

Um estudo realizado por Norwich sobre este dilema, obteve diversas respostas, porém a que mais se destacou foi a seguinte:

“Proporcionar tantas experiências iguais de aprendizagem quanto possível, ao mesmo tempo em que se levam em conta as necessidades individuais. Manter um equilíbrio. Isto é difícil e requer compromisso e recursos.”

Mesmo a resposta sendo excessivamente genérica, é preciso analisar de forma minuciosa os componentes do currículo e estabelecer que elementos devem ser comuns para todos os alunos.

Assim existe um amplo leque de adaptações curriculares: desde sua não existência opção 1, até o máximo de modificação, que chega até ao ponto de mudar os objetivos gerais da etapa educativa, opção 7. Entre as duas existem diferentes possibilidades, conforme se priorizar os elementos comuns ou os diferenciais.

A decisão a ser tomada sobre as adaptações devem levar em conta outros fatores. Entre eles é preciso destacar a metodologia que se utiliza o sistema de organizar os apoios dos alunos e os meios empregados para facilitar ao aluno o acesso ao currículo (Quadro 2)

Nesse enfoque, a ênfase a um currículo mais comum ou mais diversificação não se manifesta apenas levando em conta os elementos incluídos no Quadro 1, mas também é preciso considerar os fatores incluídos no Quadro 2. Que seja por exemplo a opção 4, na qual os objetivos da etapa, as áreas curriculares e os objetivos de cada área se mantêm comuns para todos os alunos, enquanto para alguns se modificam os conteúdos, os critérios de avaliação e os métodos pedagógicos. Nessa suposição seria preciso analisar como se põe em prática tal alternativa.


Quadro 1- Diferentes alternativas sobre os aspectos comuns e diferenciais no desenvolvimento do currículo*



Objetivo da Etapa
Áreas
Objetivos de Área
Conteúdos
Critérios de Avaliação
Métodos
1
C
C
C
C
C
C
2
C
C
C
C
C
D
3
C
C
C
C
D
D
4
C
C
C
D
D
D
5
C
C
D
D
D
D
6
C
D
D
D
D
D
7
D
D
D
D
D
D

*(C = Comum para todos. D = Diferente para alguns)


Quadro 2- Fatores que influem nos aspectos comuns ou diferenciais do ensino



Método
Apoio
Acesso
Comum
Níveis múltiplos
Cooperação
Tutoria
Compartilhado
Novos sistemas de signos, sistemas alternativos, etc.
Diferenciado
Atenção Individualizada
Específico
Não há adaptações de acesso


Se essas adaptações metodológicas e dos conteúdos se traduzem em que os principais conhecimentos sejam apresentados com nível de profundidade distinto, em que os alunos cooperem uns com os outros, em que os professores de apoio trabalhem junto com o professor titular no atendimento a todos os alunos, e que se proporcione aos alunos com graves problemas de aprendizagem novos sistemas de acesso ao currículo, a ênfase situa-se claramente na dimensão do ensino comum. Se ao contrário disso, limitar o aluno com mais dificuldades de forma isolada aos conteúdos específicos e o professor de apoio atender somente a este aluno, enfatiza-se um ensino diferenciador.

Essas reflexões ressaltam a difícil articulação entre um ensino comum pra todos os alunos e um ensino que leve em conta as possibilidades de aprendizagem de cada um deles.
A articulação entre o comum e o especializado não depende das demandas educativas apresentadas pelo aluno, mas das decisões que os professores de uma escola adotam para abordar, dentro de um mesmo grupo, as situações diversas de aprendizagem que seus alunos apresentam.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Inclusão: Relação entre Neurociências e Educação

Inclusão: Relação entre Neurociências e Educação: "Antes de publicar o artigo deste mês, gostaria de desejar a todos um ótimo retorno as atividades. O artigo deste mês trata da relação e cont..."

Relação entre Neurociências e Educação

Antes de publicar o artigo deste mês, gostaria de desejar a todos um ótimo retorno as atividades. O artigo deste mês trata da relação e contribuição que a Neurociência traz para a prática educativa.



Qual a relação entre Neurociências e Aprendizagem?


Conhecer como o cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do cérebro, o qual é moldável aos estímulos do ambiente. Os estímulos do ambiente levam os neurônios a formar novas sinapses. Assim, a aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando sinapses, tornado-as mais “intensas”. Como conseqüência, estas se constituem em circuitos que processam as informações, com capacidade de armazenamento molecular.
(Sandra Regina da Luz Inácio)


Diante do trecho escrito pela psicanalista Sandra Regina, observa-se que o estudo da aprendizagem une a educação com a neurociência.

A neurociência investiga o processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível molecular e celular até as áreas corticais. A formação de padrões de atividade neural considera-se que correspondam a determinados “estados e representações mentais”

O ensino bem sucedido provocando alteração na taxa de conexão sináptica, afeta a função cerebral. Por certo, isto também depende da natureza do currículo, da capacidade do professor, do método de ensino, do contexto da sala de aula e da família e comunidade.

Todos estes fatores interagem com as características do cérebro dos indivíduos.
A alimentação afeta o cérebro da criança em idade escolar. Se a dieta é de baixa qualidade, o aluno não responde adequadamente a excelência do ensino fornecido.

Neurociência cognitiva e Educação.

A neurociência cognitiva utiliza vários métodos de investigação (por ex. tempo de reação, eletroencefalograma, lesões em estruturas neurais em animais de laboratório, neuroimageamento) a fim de estabelecer relações cérebro e cognição em áreas relevantes para a educação. Está abordagem permitirá o diagnóstico precoce de transtornos de aprendizagem. Este fato exigirá métodos de educação especial, ao mesmo tempo a identificação de estilos individuais de aprendizagem e a descoberta da melhor maneira de introduzir informação nova no contexto escolar.

Investigações focalizadas no cérebro averiguando aspectos de atenção, memória, linguagem, leitura, matemática, sono e emoção e cognição, estão trazendo valiosas contribuições para a educação.

Assim, a neurociência, psicologia e ciências cognitivas somadas à educação, trazem novo enquadramento e integração destas áreas do conhecimento.

Neurociência e prática educativa.

A pesquisa em neurociência por si só não introduz novas estratégias educacionais.
Contudo fornece razões importantes e concretas, não especulativas, porque certas abordagens e estratégias educativas são mais eficientes que outras.

Princípios da neurociência com potencial aplicação no ambiente de sala de aula.

1. Aprendizagem e memória e emoções ficam interligadas quando ativadas pelo processo de Aprendizagem. A Aprendizagem sendo atividade social, alunos precisam de oportunidades para discutir tópicos. Ambiente tranquilo encoraja o estudante a expor seus sentimentos e ideias.

2. O cérebro se modifica aos poucos e estruturalmente como resultado da experiência. Aulas práticas/exercícios físicos com envolvimento ativo dos participantes fazem associações entre experiências prévias com o entendimento atual.

3. O cérebro mostra períodos ótimos para certos tipos de aprendizagem, que não se esgotam mesmo na idade adulta. Ajuste de expectativas e padrões de desempenho às características etárias específicas dos alunos e o uso de unidades temáticas integradoras.

4. O cérebro mostra plasticidade neuronal (sinaptogênese), mas maior densidade sináptica não prevê maior capacidade generalizada de aprender. Os Estudantes precisam sentir-se “detentores” das atividades e temas que são relevantes para suas vidas. Atividades pré-selecionadas com possibilidade de escolha das tarefas aumenta a responsabilidade do aluno no seu aprendizado.

5. Inúmeras áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no transcurso de nova experiência de aprendizagem. Situações que reflitam o contexto da vida real, de forma que a informação nova se “ancore” na compreensão anterior.

6. O cérebro foi evolutivamente concebido para perceber e gerar padrões quando testa hipóteses. Promover situações em que se aceite tentativas e aproximações ao gerar hipóteses e apresentação de evidências. Uso de resolução de “casos” e simulações.

7. O cérebro responde, devido a herança primitiva, às gravuras, imagens e símbolos. Propiciar ocasiões para alunos expressarem conhecimento através das artes visuais, música e dramatizações.

Diante destes exemplos, podemos verificar o quanto a neurociência oferece recursos para a prática educativa e futura aplicação em sala de aula.